terça-feira, 11 de outubro de 2016

Tudo a mesma coisa?


Há um tempo atrás escrevi um texto, "Ser a Pessoa Certa" onde eu comentava de como devemos olhar para nós mesmos antes de querer a perfeição na outra pessoa. Seguindo esta mesma linha, li o texto que segue abaixo do psicólogo Yohan Marcos Volcov e acredito que a referencia feita tem tudo a ver com o que vivemos.
Construímos PRÉconceitos baseados em fatos vividos e custamos a crer que possa ser diferente, dificultando nossa sonhada felicidade. segue o texto:
Você já viu uma criança chamando gatos, coelhos, cavalos ou quaisquer outros animais de “au au”? Ou chamando eles de “miau”? Sim, é engraçadinho, mas você já se perguntou por que isso acontece?
Muitas vezes o que acontece é que a criança vê um cachorro e os pais ensinam ela que aquele é o “au au” e então ela aprende a chamar o cachorro de “au au”. Deposi disso, pode acontecer que quando ela vê um animal que tenha algumas semelhanças (tamanho, pelos, cor, etc..) ela acaba chamando ele de “au au” também, até ela aprender a diferenciar um animal do outro, todos os animais são o “au au”. O que a criança está fazendo nesse momento se chama generalização. Quando generalizamos, respondemos de formas semelhantes a estímulos que percebemos como semelhantes. Vamos para exemplos mais práticos?
Existem pessoas que foram mordidas por um cachorro específico, digamos um cachorro, preto e grande, e fez com que elas tivessem muito medo de cachorros. No entanto, a presença de qualquer tipo de cachorro as apavora, mesmo quando estão diante de um cachorro pequeno e branco. O que aconteceu nesse caso? Elas acabam por agir com todos os cachorros como se eles fossem o cachorro que as mordeu. Houve uma generalização, a pessoa responde de forma semelhante a todos os cachorros, afinal “cachorro morde”. Quando alguns olham de fora acabam por achar exagerada a reação de medo de algumas pessoas diante de um Pinscher, por exemplo. A pessoa chega na sua casa e diz “prende o cachorro ou eu não vou entrar”, nesse momento é importante entender que toda pessoa tem sua própria história de aprendizado e que todo comportamento tem uma função, assim sendo, ela tem seus motivos para não querer estar perto do cachorro, o que não significa que ela precise responder dessa forma a todos os cachorros para sempre (essa situação não é imutável).
Não estou dizendo que a generalização é sempre algo ruim, muito pelo contrário, ela é importantíssima para o aprendizado. No entanto, muitos de nós acabamos sofrendo por não perceber as generalizações que fazemos. Outro exemplo, mais prático ainda e muito comum nos dias de hoje se dá nos relacionamentos. Às vezes, o homem ou a mulher se frustram com um parceiro especifico. E acabam generalizando, você já ouviu frases como: “Homem é tudo cafajeste”; “Casamento não dá certo mesmo”; “Mulheres só sabem reclamar”; “Homem só quer saber de farra”; “Mulher nenhuma presta”; “Esse lance de relacionamento sério não é pra mim”? 
Por causa da generalização muitas pessoas não conseguem chegar perto de cachorros pequenos porque foram mordidas por um cachorro grande, assim como, muitas mulheres não conseguem se relacionar de forma saudável com homens porque foram feridas por um homem. Enquanto no primeiro caso a ideia seria algo como “cachorro morde”, no segundo seria “homem não presta” ou “relacionamentos não dão certo”.
Por outro lado, temos também uma outra capacidade, a capacidade de discriminar. Não estou me referindo à discriminação pejorativa como tantas vezes ouvimos falar, mas sim a capacidade de perceber que existem diferenças entre estímulos e poder agir de forma especifica em cada um dos casos. Entender que pode ser perigoso por a mão em um pit bull, mas que um basset não é um pit bull, apesar de ser um cachorro também, ou até mesmo, que nem todos os pit bulls mordem. Da mesma forma, é possível aprender a perceber que uma pessoa especifica causou sofrimento, mas que as outras pessoas não são aquela pessoa especifica. 
Por fim, nem tudo é a mesma coisa. Nem todo cachorro morde, nem todo animal é “au au”, nem todas as pessoas querem somente te machucar e nem todo casamento vai dar errado.
(Yohan Marcos Volcov /Psicólogo CRP – 08/21321)

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